domingo, 10 de agosto de 2008

Como Fazer uma Redação Nota 10


“Uma redação não é uma peça literária. Não precisa ser Machado de Assis para ser aprovado. Não pode escrever de maneira complicada, com palavras e construções difíceis. Quem lê quer entender”, diz Renato Aquino, autor dos livros “Português para Concursos” e “Redação para Concursos”, pela editora Campus/Elsevier. “Não adianta escrever impecavelmente se fugir do tema.”

De acordo com Aquino, que já participou de banca examinadora de provas de redação, 90% dos exames em concursos pedem a modalidade de dissertação – é raro a banca pedir narração ou descrição. E o texto geralmente deve ter 30 linhas. No caso da dissertação, o texto deve ser argumentativo e opinativo, e o candidato deve ter conteúdo para argumentar, sempre com clareza e objetividade.

Segundo ele, as bancas examinadoras têm valorizado muito a concisão, que é dizer o máximo possível com poucas palavras. No caso da dissertação, o candidato deve estruturar o texto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. “Ao introduzir o assunto não se deve gastar mais do que cinco linhas, no máximo outras cinco para a conclusão, e o restante deve ser destinado à defesa da idéia, à argumentação.”

Segundo Aquino, quem tem o hábito de ler leva vantagem porque tem mais conteúdo para argumentar. O especialista salienta que o candidato não deve exagerar no tamanho da letra nem espaçar demais as palavras. “Isso pode mostrar que o candidato não tem o que escrever e está enrolando. O examinador percebe”, diz.

Ele aconselha ainda que o candidato faça letra cursiva e não de forma. “Se for fazer de forma, tem que destacar as letras maiúsculas, senão perde ponto.” O especialista diz que o importante não é ter letra bonita, mas escrever de forma legível. Se o examinador não entender o que está escrito ele irá tirar pontos. “Já vi tirar ponto porque o til estava em cima do O e não do A”, exemplifica.

Segundo ele, é fundamental que o candidato corrija os erros encontrados e evite rasuras ao passar a redação a limpo para entregar à banca. “O candidato deve verificar repetições de palavras e idéias e evitar expressões que ele não saiba como empregar adequadamente”, aconselha.

Critérios de correção

Silvia Bruni Queiroz, responsável pela área de medidas educacionais da Fundação Vunesp, uma das principais organizadoras de concursos no país, revelou o que o candidato não deve fazer para zerar ou perder pontos na redação. Segundo ela, a banca nem corrige a prova se o candidato fugir do tema solicitado. Se o concorrente não aprofundar o tema ou não se restringir ao assunto, colocando idéias difusas, ele perde pontos.

Outro fator que acarreta perda de pontos é quando o autor do texto não desenvolve a modalidade de texto solicitada, fazendo uma narração em vez de dissertação, por exemplo. Segundo ela, boa parte das organizadoras prefere dissertação como modalidade de texto para verificar se o candidato tem maturidade para desenvolver o assunto com coerência e concisão. “É possível ver se ele sabe fazer o encadeamento das idéias usando os conectivos apropriados”, informa.

Outro aspecto que é levado em conta na correção é a gramática. São analisadas principalmente a concordância, regência, ortografia, crase, pontuação e acentuação.

De acordo com Silvia, se o candidato ultrapassa ou escreve menos que o número de linhas estabelecido, mas é coerente nas idéias, ele não tem pontos descontados. “O que é analisado é se ele repete as idéias e se o texto tem sentido”, afirma. Segundo ela, as informações contidas no texto devem ser corretas. Se o candidato não tem certeza do que irá escrever, deve preferir discorrer sobre assuntos que realmente sabe.

Banca

De acordo com Silvia, as bancas são treinadas para corrigir as provas e há critérios a serem seguidos para haver uniformidade na correção. As redações são copiadas e os nomes dos candidatos são retirados para que os examinadores não saibam de quem são as provas.

A prova passa por dois corretores – um não tem acesso à correção do outro -, que se atêm a dois aspectos principais: tema e modalidade de texto e aspectos gramaticais. O responsável que coordena as bancas checa as duas correções. Se houver discrepâncias, o texto passa por um terceiro examinador.

Redação nota dez

O professor de português Edelson Santana de Almeida, de 34 anos, aplicou seus conhecimentos de língua portuguesa na prova de redação do concurso do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, realizada em junho, e tirou nota máxima – as três correções assinaladas no texto dele não acarretaram perda de pontos. Ele agora espera ser chamado para o cargo de analista judiciário na área de Letras, para trabalhar em Cuiabá.

O tema, segundo ele, era sobre até que ponto a Justiça poderia interferir na cultura indígena. O enunciado da redação trazia o caso de uma tribo que tinha o costume de matar um dos filhos gêmeos por acreditar que o nascimento de duas crianças era uma maldição.

Almeida conta que antes de começar a escrever ele fez um esquema com as idéias que iria abordar e como iria defender a sua opinião. Depois ele fez a redação no papel de rascunho e, antes de passar para a folha oficial, fez uma revisão completa e cortou os excessos. “Fiz exatamente o que ensino aos meus alunos”, disse.

“A prova de redação é antes de tudo uma prova de leitura. Precisa ler o que a banca pede, além da leitura de mundo que o candidato deve ter.”

Segundo o professor, a redação exige que o aluno tenha conhecimentos gerais e de lógica e capacidade de raciocínio. “É necessário pensar no interlocutor e a linguagem tem de ser simples, mas não simplória, para ser interessante aos que têm pouca instrução e não ser irritante para quem tem mais conhecimento”, aconselha.

Para ele, o maior desafio é a concisão, porque geralmente os temas das dissertações são muito profundos.

E é justamente isso que ele enfatiza a seus alunos – a coerência e a coesão, para que o texto seja bem amarrado, com clareza na seqüência dos argumentos e, claro, respeitando as normas gramaticais.

Fonte:

http://globo.com

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Como Fazer um Curriculo Certo


O currículo não é apenas um documento burocrático que você apresenta para concorrer a uma vaga. Ele é o seu primeiro contato com a empresa que deseja trabalhar e, mais do que se possa imaginar, o currículo é analisado e observado nos mínimos detalhes. Para não fazer feio, confira algumas dicas preciosas e aumente suas chances de conseguir um emprego.
Uma regra essencial diz que o currículo não pode ter mais que duas páginas. "Se o profissional passou por muitas empresas, deve colocar apenas as quatro últimas experiências. Informações repetitivas também tornam o currículo longo e desinteressante", afirma Luiz Augusto Gerolamo, consultor de recursos humanos e headhunter da Ação Consultoria.
Segundo o consultor, se a pessoa desempenhou funções semelhantes em todas as empresas que passou, é preferível colocar esses dados em um resumo de qualificações.
O que deve ser destacado em cada empresa, também de acordo com Luiz Augusto Gerolamo, é o cargo ocupado, a data de entrada e de saída e ainda os resultados obtidos. "O candidato deve colocar dados concretos que comprovem a sua eficiência", indica.
Termos como dinâmico, pró-ativo, responsável, de confiança, devem ser evitados. "Eles simplesmente não dizem nada, só servem para enfeitar o currículo", destaca Gerolamo.
Entre os dados pessoais algo que não pode faltar é a idade do candidato. "Às vezes, quem tem mais de 40 anos, por exemplo, não coloca a idade por medo disso ser prejudicial. Mas pior é omiti-la. Muitas empresas descartam imediatamente o currículo que não tem a idade da pessoa", explica o consultor da Ação.
A estética do currículo é outro aspecto muito importante. "Como a pessoa ordena as informações pode indicar o seu senso de planejamento e organização", diz Gerolamo. Por isso, se você não quer arriscar, prefira o modelo simples. Evite cores e símbolos no seu currículo.
"Algo que poucas pessoas colocam, mas está sendo cada vez mais valorizado, são informações como participações em terceiro setor, prática de exercícios físicos, se é casado, quantos filhos tem. Enfim, coisas que indicam como é a estrutura do candidato fora do trabalho", conta o profissional de recurso humanos.
"Se a pessoa pratica exercícios, tem uma vida cultural, uma família estruturada, tudo isso indica teoricamente que ela é mais satisfeita, tem qualidade de vida, é equilibrada", explica Gerolamo. Mas caso você não tenha esse perfil "arrojado", melhor não colocar falsas informações. Prefira sempre a honestidade.
E muita atenção. Algo que dificilmente é admitido por todos os selecionadores são os erros de português.

Fonte:
Luiz Augusto Gerolamo

http://acaoconsultoria.com.br

quinta-feira, 20 de março de 2008

O que é Dislexia



O número de crianças que termina o período escolar obrigatório sem a fluência de leitura e escrita que se considera adequada, e, portanto, portadoras de dislexia, é de fato preocupante para especialistas, pais, educadores, psicólogos e médicos e constitui-se em um problema social de grande gravidade. Em função disso, mundialmente pesquisam-se processos capazes de resolver esta situação, nem sempre com bons resultados. É de supor que os resultados pouco satisfatórios, até então obtidos, resultem de uma abordagem incompleta do problema Dislexia.
De acordo com a ABD, Associação Brasileira de Dislexia, a definição vem do grego e do latim: Dis, de distúrbio, vem do latim, e Lexia, do grego, significa linguagem. Ou seja, Dislexia é uma disfunção neurológica que apresenta como conseqüência dificuldades na leitura e escrita. A Fonoaudióloga Suely de Miranda Gomes, também especialista em voz, define dislexia como a dificuldade específica que afeta a aprendizagem da decodificação do sistema verbal escrito, classificada entre as patologias de linguagem, mais especificamente de linguagem escrita.
Para a Drª Graciete Serrano, Licenciada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, pós-graduada em Neuropsicologia e autora do livro "Dislexia – uma nova abordagem terapêutica", onde publicou os resultados de seu trabalho de investigação com crianças disléxicas, a doença corresponde, simplesmente, a uma perturbação na capacidade de leitura e escrita. Este termo, Dislexia, é aplicável, segundo a Dra. Graciete, "a uma situação na qual a criança é incapaz de ler com a mesma facilidade com que lêem as crianças do mesmo grupo etário, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais, bem como instrução adequada".
"A observação e acompanhamento de crianças disléxicas mostrou-nos que estas apresentam perturbações que ultrapassam, em larga escala, a simples função da leitura", diz a Dra. Graciete. Segundo a especialista, associada à Dislexia encontra-se, a maior parte das vezes, uma Disgrafia. Do ponto de vista gráfico, o disléxico comumente confunde, omite ou inverte as letras, apresentando um texto defeituoso. "Muitas vezes a criança não consegue seguir as linhas", aponta a especialista. Os textos da criança disléxica carecem de pontuação ou, quando esta é feita, é colocada de forma anárquica. "A sintaxe é defeituosa e há uma má compreensão das funções dos vários elementos da frase (sujeito, predicado e complementos)", define.
A criança disléxica, por seus problemas de leitura e escrita, é freqüentemente alvo de piadas por parte dos colegas. Com o isolamento, começa a repetir anos e a perder cada vez mais o interesse pela escola, "a qual vê transformada num elemento extremamente agressivo, desencadeando processos de hostilidade e fuga", completa a psicóloga.
Conforme publicou a Dr.ª. Sally Shaywitz, na Scientific American, de novembro de 1996, há cem anos, em novembro de 1896, um médico de Sussex, Inglaterra, publicou a primeira descrição do distúrbio de aprendizagem que viria a ser conhecido como dislexia desenvolvimental. Em 1996, assim como em 1896, a capacidade para ler é tomada como um "sinal" de inteligência, a maioria das pessoas supõe que se alguém é inteligente, motivado e escolarizado, ele ou ela irá aprender a ler. Mas a experiência de milhões de disléxicos demonstrou que aquela suposição é falsa. Na dislexia a aparentemente invariável relação entre inteligência e capacidade para ler não se aplica.
Em particular, a dislexia reflete uma deficiência no processamento das unidades lingüísticas distintas, chamadas fonemas, que constituem todas as palavras faladas e escritas.
Métodos de Diagnóstico
Distinguimos dois grandes tipos de diagnóstico e de intervenção clínica: o psicológico e o médico.
Do ponto de vista psicológico, elegemos como teste central para detecção da disfunção perceptiva a reprodução, em cópia e em memória, da Figura Complexa de Rey (F.C. Rey).
Quando se tornou necessário considerar a hipótese de uma deterioração mental ou simplesmente confirmar os dados da F.C.Rey, utilizamos o Teste de Retenção Visual de Benton. Este teste permite avaliar a diminuição ou deterioração das funções cognitivas.
Trata-se de testes pontuáveis e ao mesmo tempo qualitativos que nos permitem avaliar com grande precisão o grau de disfunção dos indivíduos testados.
Temos hoje possibilidade de fazer um diagnóstico precoce de uma criança potencialmente disléxica, logo a partir do Jardim de Infância. Um dos sintomas mais alarmantes nestas crianças é o seu distúrbio psicomotor o qual permite ao técnico especializado fazer um prévio despistamento do problema disléxico.
Equívocos em Relação à Dislexia
Segundo a Dr.ª. Sally Shaywitz, Diretora do Centro Yale para o Estudo da Aprendizagem e da Atenção e professora de pediatria na Yale University School of Medicine, há uma série de mitos sobre a questão que devem ser esclarecidos:
- As escritas de trás para frente e as inversões de letras e palavras são comuns nos estágios iniciais do desenvolvimento da leitura entre todas as crianças. Crianças disléxicas têm problemas na nomeação de letras, mas não na cópia de letras.
- Mais de duas décadas de pesquisa mostraram que a dislexia reflete um déficit lingüístico, não havendo evidências de que o treinamento dos olhos possa diminuir o distúrbio.
- Mesmo que muitos disléxicos aprendam a ler, eles continuam a fazê-lo de forma lenta, e não automaticamente, ou seja, a dislexia não é superada.
- A inteligência não está relacionada ao processamento fonológico, como as medidas de disléxicos inteligentes e perfeitos (William Butler Yeats, Albert Einstein, George Patton, John Irving, Charles Schwab and Nicholas Negroponte, atestam).
Visão Psicológica
Segundo a psicanalista Silvana Rabello, professora da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e do Instituto Sedes Sapientiae, através da história da criança, colhida junto aos pais, e do exame direto da criança, deve-se, antes de mais nada, diferenciar um quadro orgânico de um quadro emocional. A incidência deste último evidenciada por problemas de fala é bem alta. "Temos crianças sem intenções comunicativas, que dizem respeito aos quadros emocionais mais graves como autismo. Existem ainda outros quadros emocionais graves, como a psicose, que aparece através de um discurso incoerente, falas estranhas e às vezes, apenas gritos e ruídos. A fala é uma tarefa simbólica por excelência, logo, quadros emocionais importantes apresentam alterações graves de fala – problemas sérios no processo de subjetivação que a criança deve atravessar".
Ao ser indagada sobre o papel das famílias de crianças com problemas de fala e linguagem, a Dr.ª. Silvana relatou que eles devem ser inseridos no tratamento, pois trata-se de um quadro de deficiência comunicativa e a família é o maior estímulo e modelo comunicativo. "A família deve ser bem orientada, assim como acolhida no seu sofrimento frente um filho com problemas graves".
Visão Fonológica
Segundo a pesquisadora Dr.ª Sally Shaywitz, nas duas últimas décadas surgiu um novo modelo coerente de dislexia que se baseia no processamento fonológico. O modelo fonológico é coerente com os sintomas clínicos da dislexia e com o que os neurocientistas conhecem sobre a organização e o funcionamento do cérebro.
O fonema, definido como o menor segmento significativo da língua, é o elemento fundamental do sistema lingüístico. Diferentes combinações de apenas quarenta e quatro fonemas produzem todas as palavras da língua inglesa. Antes que as palavras possam ser identificadas, compreendidas, armazenadas na memória e evocadas, primeiro devem ser segmentadas, ou analisadas, em suas unidades fonéticas pelo módulo fonológico.
Na linguagem falada este processo ocorre automaticamente, em nível pré-consciente. Como Noam Chomsky e, mais recentemente, Steven Pinker, do Massachusetts Institute of Technology, defenderam convincentemente, a linguagem é instintiva - tudo que é necessário é que os humanos sejam expostos a ela.
Ao produzir uma palavra, o aparelho de fala humano - laringe, palato, língua e lábios - automaticamente comprime e mistura os fonemas. Como resultado, as informações dos diferentes fonemas se fundem em uma única unidade de som.
A criança disléxica possui um déficit no sistema de linguagem no nível fonológico que prejudica sua capacidade para segmentar a palavra escrita em seus componentes fonológicos subjacentes. Esta explicação de dislexia é chamada modelo fonológico. Um déficit circunscrito ao processamento fonológico prejudica a decodificação, impedindo a identificação da palavra. O impacto é mais evidente na leitura, mas ele também pode afetar a fala de modos previsíveis. Diversos estudiosos norte americanos esclarecem que os déficits fonológicos são os sinais cognitivos mais significativos da criança disléxica.
Segundo a Dr.ª Sally, muitos disléxicos aprendem a ler e mesmo se destacam nos estudos, apesar de suas dificuldades. Esses, chamados disléxicos compensados, têm um desempenho tão bom quanto os não disléxicos em testes de precisão da palavra. Contudo, eles não são automáticos nem fluentes em sua capacidade de identificar palavras e muitos relatam que a leitura é cansativa.
Para a pesquisadora, o modelo fonológico cristaliza exatamente o que queremos dizer com dislexia: um déficit encapsulado quase sempre cercado de poderes significativos no raciocínio, solução de problemas, formação de conceitos, pensamento crítico e vocabulário. O modelo demonstra que a memorização mecânica e a recuperação rápida da palavra são particularmente difíceis para os disléxicos. Mesmo quando conhecem as informações, quase sempre a necessidade de recuperá-las rapidamente e apresentá-las oralmente resulta na recordação de um fonema relacionado ou na organização incorreta dos fonemas recuperados. "Sob tais circunstâncias, os disléxicos irão salpicar sua fala com hesitações. Por outro lado, quando não pressionados a fornecer respostas instantâneas, os disléxicos podem fazer uma excelente apresentação oral", completa a pesquisadora.
Da mesma forma, na leitura, enquanto leitores não prejudicados podem decodificar palavras automaticamente, indivíduos disléxicos precisam recorrer ao uso do contexto para ajudá-los a identificar palavras específicas. Essa estratégia os deixa ainda mais lentos.
A experiência do Yale Center sugere que muitos disléxicos compensados têm uma vantagem distinta sobre os não disléxicos em sua capacidade para raciocinar e conceituar e que o déficit fonológico mascara o que freqüentemente são excelentes capacidades de compreensão.
Segundo revela a Dr.ª Sally, a dislexia é o mais comum dos distúrbios de aprendizagem. O número de crianças identificadas como apresentando distúrbio de aprendizagem subiu de 780.000 em 1976 para 2,3 milhões em 1993. Estima-se que são gastos 15 bilhões de dólares anualmente no diagnóstico, no tratamento, e no estudo de tais distúrbios.
Tratamento
No tratamento do disléxico, há, ao nível da clínica médica, neste âmbito da correção das perturbações posturais e proprioceptivas, três processos que se complementam: reprogramação postural e psicomotricidade; modificação da informação visual através de lentes prismáticas de pequena potência; apoio psicopedagógico especializado.
A Dr.ª Sally Shaywitz, em seu artigo publicado na Scientific American de novembro de 1996, relatou que o tratamento é uma área que tem estado cheia de controvérsias e, freqüentemente, de decepções. Através dos anos os educadores e os pais apoiaram muitas técnicas que prometiam ajudar as crianças a superar suas dificuldades de aprendizagem, apesar da falta de pesquisas independentes para sustentar aquelas alegações.
Segundo a autora, um dos mais elogiados tratamentos para os distúrbios de aprendizagem foi desenvolvido por um grupo liderado por Paula Talllal, co-diretora do Centro de Neurociência Molecular e Comportamental da Rutgers University em Newark, New Jersey, e por Michael M. Merzenich do Centro Keck de Neurociência Integrada da Universidade da Califórnia, em San Francisco. Essas pesquisas não se concentraram em disléxicos em si, mas em crianças com dificuldades de compreensão da fala. Nem todas as crianças com a linguagem prejudicada são disléxicas, nota Tallal, e nem todos os disléxicos têm a linguagem prejudicada. Os estudos sugeriram que 8% de todas as crianças devem ter linguagem prejudicada, deste grupo, mais do que 85% também apresentam dislexia.
Há alguns anos, vários pesquisadores associados desenvolveram a terapia computadorizada para o treinamento de crianças com linguagem prejudicada, é um programa de processamento de fala que permite aos pesquisadores a amplitude e a duração dos sons gravados. Tallal e Merzenich relataram na revista Science que onze crianças
treinadas com esses métodos adquiriram o equivalente a dois anos de habilidades de linguagem em apenas um mês.

Fonte:
Boa Saúde

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Método Paulo Freire

Como seria na prática esse método?

Não estamos tratando aqui de uma mera técnica de alfabetização, e sim, de um método coerente com o posicionamento teórico filosófico. Para a alfabetização é necessária a conscientização.
Somente um método que privilegiasse a ação e o diálogo seria capaz de ser coerente com os princípios que já vimos anteriormente. Seria preciso a modificação do conteúdo programático, e mesmo a modificação da forma pelo qual o mesmo é determinado.

O diálogo é então a base do método de Freire

Mas, o que é o diálogo e qual diálogo? Qualquer diálogo ?
O diálogo é uma relação de comunicação de intercomunicação, que gera a crítica e a problematização já que ambos os parceiros podem perguntar: " por quê?".
Quem dialoga, dialoga com alguém e sobre algo. O conteúdo do diálogo é justamente o conteúdo programático da educação. E já na busca desse conteúdo o diálogo deve estar presente.
Analisando o diálogo, Paulo Freire constata a necessidade de analisar a palavra como mais do que um meio para que o diálogo se efetue.

Há duas dimensões constitutivas da palavra: ação e reflexão. A palavra verdadeira é práxis transformadora. Sem a dimensão da ação, perde-se a reflexão e a palavra transforma-se em verbalismo, ou verborragia. Por outro lado, a ação sem a reflexão transforma-se em ativismo, que também nega o diálogo.
O educador bancário define o conteúdo antes mesmo do primeiro contato com os educandos. Para o educador libertador, esse conteúdo é a devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao educando daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada. Esse conteúdo deve ser buscado na cultura do educando e na consciência que ele tenha da mesma.
O momento da busca do conteúdo programático dá início ao processo de diálogo em que se produz a educação libertadora. Essa busca deve investigar o universo temático dos educandos ou o conjunto dos temas geradores do conteúdo.
Por ser dialógica já é problematizadora e permite que se obtenha a consciência dos indivíduos sobre esses temas; a participação na investigação do seu próprio universo temático leva o educando a admirar este universo, e, essa admiração possibilita a capacidade de criticá-lo e transformá-lo.
Mesmo tratando-se de um método para adultos analfabetos não é difícil para os educadores mais conscientes, perceberem a importância da utilização do universo temático para as crianças, por exemplo. A uniformidade das cartilhas impossibilita a aplicação dos princípios formulados por ele.

  • Síntese dos passos

    - levantamento do universo vocabular dos grupos, para a escolha das palavras geradoras
    - organização dos círculos de cultura, formados por pequenos grupos, sob a coordenação de uma pessoa, que não precisa necessariamente ser um professor
    - a representação de uma das palavras, já que estas pertencem ao universo vocabular dos educandos, aliada a sua experiência de vida, gerará temas correlatos, descobrindo-a como suma situação problemática
    - reúne-se todo o material possível para ampliar a consciência e experiência dos educandos
    -passa-se à visualização da palavra e ao processo de decodificação em unidades menores, para reconstituí-la posteriormente.


    " O método de Freire não pode ser avaliado pela quantidade de conteúdos sobre os quais os educandos são capazes de dissertar, ou pelo menor tempo em que conseguem encher-se de dados sobre a realidade. A qualidade do processo educacional para Freire deve medir-se sim pelo potencial, adquirido pelos educandos, de transformação do mundo".

Como já o dissemos, apesar do reconhecimento de seu trabalho, Paulo Freire, como todo polemizador, em sido também bastante criticado.
Em relação a uma parte mais prática de suas concepções educacionais, é criticado pelo espontaneismo, não diretividade, supervalorização da contribuição do educando, dificuldades do diálogo proposto nestes moldes, quando o educador não é um companheiro alfabetizado e sim um professor, com formação específica, dada a grande diferença entre eles; valorizar demais a possibilidade de transformação da realidade através da educação.

" Ensinando se aprende, aprendendo se ensina".


Fonte:

Centro de Referência Educacional

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Importância da Leitura

Antes de evidenciarmos a importância da leitura,, precisamos entender o que é ler e porque a leitura é uma atividade complexa que envolve vários aspectos, pois exige que o leitor mobilize diferentes tipos de conhecimentos para realizá-la.
De acordo com Isabel Solé, ler é um processo de interação entre o leitor e o texto. (Solé, 1987a). Esta afirmação implica em várias conseqüências. Primeiro envolve a presença de um leitor ativo que processa e examina o texto, depois vem a existência de um objetivo para guiar a leitura, quer dizer uma finalidade. O universo de objetivos e finalidades que levam um leitor a um texto é amplo e variado; devanear, preencher um momento de lazer, buscar informações concretas, informar-se sobre um determinado fato, confirmar ou refutar sobre um conhecimento prévio, aplicar os conhecimentos obtidos com a leitura na realização de um trabalho.
Leitura é também construção de sentidos, Os PCNs em um trecho dizem que: "A Leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de significados do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o leitor, de tudo o que se sabe sobre a lingua: caracteristicas do gênero, do portador, do sistema de escrita: decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser construidos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que consegue analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possivel rapidez e proficiência. "(PCNs, 1998). Nessa perspectiva permite-nos dizer que o leitor competente é aquele que é capaz de selecionar e utilizar dos mais variados textos que circulam socialmente e que consegue entender o que ler.
A Leitura constitui um importante escudo contra o processo de alienação, mas isso só é possivel a partir do momento em que o sujeito compreende o que ler, ou seja, é capaz de ler além do texto. A Leitura tem uma função critica e social muito importante, pois dá ao homem direito à opção, a um posicionamento próprio da realidade.
Podemos considerar que há finalidade de leitura que fazem parte das perspectivas gerais do individuo.
  • Ampliar a visão do mundo
  • Inserir o individuo na cultura letrada
  • Possibilitar a vivência de emoções
  • Permitir a compreensão do processo comunicativo da linguagem
  • Favorecer o processo de humanização e interagir nas relações sociais de seu tempo.
Dessa forma, uma educação que se queira libertadora, humanizante e transformadora passa necessariamente, pelo caminho da Leitura. E na organização de uma sociedade mais justa e mais democrática que vise a ampliar as oportunidades de acesso ao saber, não se pode desconhecer a importante contribuição politica da leitura.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental - Parâmetros Curriculares Nacionais: Lingua Portuguesa. Brasilia: MEC/SEF, 1997.
FRANTZ, Maria Helena Zancam. O Ensino da Literatura nas Séries Iniciais. Rio Grande do Sul. Unijui, 2001.
SOLÉ, Isabel. O Desafio da Leitura. in - Estratégias de Leitura. Tradução Claúdia Schiling. 6ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p. 21-37.

Interdisciplinaridade

Visando a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento, a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num periodo marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas reivindicavam um ensino mais sintonizado com as questões de ordem social, política e econômica da época.
A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação na medida em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do saber.
No Brasil, a mesma chegou ao final da década de 60, exercendo influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases nº 5.692/91. Desde então, sua presença é marcante no cenário educacional brasileiro, principalmente com a nova LDB, nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998).
A interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as barreiras das disciplinas, mas para isso, integrar conteúdos não é suficiente. É preciso ter uma atitude e postura interdisciplinar; uma atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento.
A metodologia do trabalho interdisciplinar implica em integração de conteúdos, passa de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento, superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, o ensino-aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos ao longo de toda a vida.
A interdisciplinaridade pressupõe uma atitude de abertura, não preconceituosa, onde todo o conhecimento é igualmente importante, onde o conhecimento individual anula-se frente ao saber universal.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação, Média e Tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio, Brasilia: Ministério da Fazenda, 2002.
FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: História, Teoria e Pesquisa, 4ª Ed. Campinas: Papirus, 1994.

 
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